Semana que vem, dia 24 de junho, dia de São João, completaria um mês sem escrever. Não só aqui, mas em qualquer meio e de qualquer forma. É grave, nem os compromissos ando anotando na agenda. Por obra divina (e mente descansada por conta do home office) lembro de todos.
Ainda não sei bem dizer o que houve e o que me fez travar diante da escrita. Pode ter sido as más notícias que pipocaram nesses últimos 2 meses (Rio Grande do Sul e a PL dos infernos) ou preocupações individuais relativas a minha saúde (passei por uma crise alérgica braba e estou fazendo inúmeros exames, o que me deixa sempre muito apreensiva e com medo de morrer).
Tenho medo de morrer. A cada ano esse medo aumenta dentro de mim. Não por apego a vida, mas por receio de passar por algum tipo de sofrimento físico na hora derradeira. Acho que é unanimidade ter uma morte rápida e indolor. Será isso que une todos os seres humanos?
Hoje acordei agoniada. Dormi com aquele aparelho chato de aferir pressão.
MAPA, é o nome do exame.
Desde 2021 ele, o MAPA, me coloca não na trilha de um tesouro perdido, mas na rota das medicações diárias para controlar a pressão arterial.
Com 33 anos descobri que sou uma jovem senhora hipertensa.
Foi a única herança que minha mãe me deixou.
Com 33 anos descobri que sou uma jovem senhora hipertensa e pobre.
Dizem que herdamos as loucuras dos nossos pais. Acrescento nesse espólio as doenças e as possíveis formas de deixar esse mundo e mergulhar na eternidade.
Nesse período, a leitura também ficou um pouco devagar. Depois de finalizado O Ano do Pensamento Mágico, li A Cachorra, de Pilar Quintana.
Li esse último com um aperto no coração. A história é tão angustiante, mas ainda assim eu gostei muito de ter lido, pois traz muita verdade em tudo que está posto em cada página, a relação da protagonista com o animal, com o marido, a umidade do ambiente, tudo a gente consegue sentir com a leitura.
Outra coisa que andou devagar por aqui foram as leituras das newsletteres (é esse o plural correto?) que assino. Ando até hoje lendo as atrasadas. E foi lendo os e-mails acumulados que me deparei duas vezes com a indicação do livro Matadouro-Cinco, de Kurt Vonnegut.
Ainda estou lendo ele, estou quase terminando, mas queria que ele durasse muito mais. Provavelmente voltarei a falar dele por aqui. Fico me perguntando por que demorei tanto de ter tirado ele da estante para ler.
Deixo o agradecimento a Raphael Dias e ao meu conterrâneo Marcio Melo por citarem a obra em suas edições recentes e me impulsionarem finalmente para sua leitura.
No mais, ouvi alguns discos e assisti algumas apresentações do Tiny Desk (em especial Justin Timberlake e Nile Rodgers & CHIC). Deixo como indicação também o álbum do rapper baiano Ravi Lobo, Shakespeare do Gueto.
Essa é minha retomada. Desculpa o sumiço, minha gente. Espero não ficar mais tanto tempo ausente.
Acho que é isso.
Temos uma publicação?
Lud, fica bem! Alergias e doenças no geral acabam levando a gente pra um desânimo em outros campos da vida, falo como alguém que vive doente por diversas coisas. Sempre bom te ver por aqui, te ler e ver suas recomendações. A Cachorra está na minha lista faz um tempo, não sabia que era tão angustiante! Torcendo e rezando/mandando boas energias pra que você melhore e volte a ficar por aqui, mas sem pressão e pressa, a vida tem seu timing próprio, eu acho...
Beijo 💓💓😭
Sei que não tem a nada a ver com o assunto mas te achei corajosa ao escrever de algo tão íntimo.
Né senti como se estivesse lendo um texto de Whatsapp de uma amiga.
Bom, não quero trazer poesia no meio do seu caos. Longe de mim.
Boa sorte na sua recuperação ❤️🩹
Vai dar bom!🍀