31 Comentários
jul 29Gostado por Ludmila Primo

Rapaz.. Me pergunto como tem gente que tem a coragem de reclamar dessas atrações? Como eu queria estar na Bahia nessa data só pra ver a Duquesa e a melly (São as duas artistas que mais tenho escutado no momento) agora vai uma reflexão que talvez seja um pouco descabida mas aí vai : Será que se uma Luísa Sonza fosse anunciada como atração do afropunk, esse mesmo público iria reclamar? Já que mesmo com o caso de racismo nas costas, ela ainda continua sendo abraçada pelo rap e alguns da comunidade preta? Eu tenho minhas duvidas, viu...

Ótimo texto Lud! ❤️

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Fica aí o questionamento, amigo.

O pior que a gente já sabe a resposta, né?

Triste demais!

Obrigada por estar aqui e levantar questões tão importantes via comentário, Kauê

Um beijo!!

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jul 30Gostado por Ludmila Primo

nossa li aqui teu texto e lembrei de um entrevista da Roberta Martinelli com a Mãeana que elas falam sobre como uma galera diz que ouve João Gomes na versão dela mas que não curte o som dele porque é muito popular, não chegando nessa galera que se coloca em um pedestal

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O curioso desse projeto de Maeana é que, após a roupagem bossa nova dada às músicas de João Gomes, as pessoas só então as pessoas se permitiram a ouvir o artista. Para mim, é o típico caso do aval branco. Uma mulher branca, pertencente à família Gil, fazendo pout pourri com músicas do considerado criador da Bossa Nova, tem respaldo, então João Gomes é bom mesmo, a gente pode consumir ele dessa forma.

A mesma lógica se deu com o disco Xande canta Caetano. Nossa, não conhecia tanta gente fã desde pequena de Xande. Depois que Caetano se emocionou, a galera alternativa que torcia a boca pra samba/pagode começou a amar o artista. É horrível isso, porque Xande é um grande cantor e compositor, reconhecido pelo meio artístico, mas que precisou de um cara branco, culto, validar seu trabalho para ele ganhar valor num meio que se diz tão desconstruído e livre de preconceitos.

Um beijo, Déa. Obrigada por estar aqui. E desculpa o textão. Hahaha

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jul 31Gostado por Ludmila Primo

ai sim! é textão mas que não tem como não ser pra esse tema ne? e acho incrível que daria pra gente falar mais um tanto disso com os mais variados exemplos que a gente vê sempre isso se repetir!

aliás, puxando um que eu acho que foi um exemplo que foge um tico e que fiquei super feliz de estar lá foi no show do Emicida aqui em SP que muita muita gente foi por AmarElo e no meio do show ele colocou um tanto das músicas dele anteriores com várias participações de rappers. Uma galera não conhecia e estava lá com a maior cara de ué (vulgo nem tinham pesquisado o cara sabe), mas ainda sim tiveram esse contato sabe?

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Nossa, imagino como deve ter sido o show de Emicida. Se ele cantou rap fora do que ele vem produzindo atualmente, o público deve ter estranhado mesmo.

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culpada aqui. eu nunca nem tinha ouvido joão gomes antes de ver o show de mãeana…

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E a cara nem treme. Gostei muito desse termo "cultura de camarote", pq explica esse comportamento elitista que se espalha nos diferentes meios culturais.

Bourdieu sempre atual, no fundo é a mesma tentativa de um grupo se distinguir socialmente do outro, no caso os pobres, as massas.

A pessoa que ignora a presença de Léo Santana, convenhamos, é um recalcado 😂😂😂😂

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O recalque berraaaa! Hahahah

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Cultura de camarote: melhor definição. Haha

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jul 30Gostado por Ludmila Primo

Interessante, Mila, estar lendo isso agora quanro acabo de sair de um workshop sobre o assunto. Uma coisa que eu uso para diferenciar a "qualidade" - numa falta de capacidade momentânea para usar uma palavra melhor - é o coração. Eu diferencio música que conseigo sentir o coração do artista e música "plástica" feita apenas para arrenbanhar $$. Além, obviamente, daquilo que eu gosto e do que eu não gosto.

E "O Urso" é boa demais, né? Foda é que sempre acabo querendo comer mais e fumar (mesmo depois de 15 anos de abstêmio)

Beijo grande!

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Qual música não é feita para tirar uma graninha? que artista é esse que vive de luz? até essa ideia da arte pela arte é algo que limita muito o acesso e diz quem é ou não artista.

O cara com um teclado lá no interior da Bahia, que toca forró (chamado também de música de plástico) na feira o nos bares da cidade, vez ou outra divulga uma loja ou político no microfone não seria um artista?

Estava num show recente e um dos músicos brincou com uma das componentes da banda dizendo que ela gostava de "forró de plástico", se referindo a Calcinha Preta e Magníficos. Qual a diferença dessas bandas e algumas bandas gringas de glam metal? A estética é a mesma e até alguns arranjos.

Por que uma banda como Angra toca o coração e Calcinha Preta não?

um beijo!!!

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Ahahahah!

Nenhum artista vive de luz. Omque eu quis me referir é: ao compor, e vou usar meu próprio exemplo por ser o mais próximo possível, eu não componho pensando "na grana que vou fazer, ou em ganhar seguidores, ou fãs... componho, escrevo ou crio pensando em expor algum sentimento ou ideia. Quando o artista pensa sua arte especificamente como "produto" a arte vira caixa de leite. E nesse ponto, para mim, perde o valor artistico.

E não gosto de Angra! ahahahaha!

Eu conheci um cabra ticando no interior do ceará, cantando (inclusive em enrolation) com tanto coração que me juntei a ele, tanto em another brick in the wall e under pressure quanto em raposa e as uvas, do mestre do brega. Para mim, e não tenho pretençao que seja para os outros, o coração é que faz a arte ser arte. Eu, com meus botões não gosto de música de plástico.

Nenhuma diferença. Acho glam metal de uma fuleiragem vergonhosa, gringa ou brasileira.

Espero ter me feito entender melhor!

Outro beijo!

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jul 30Gostado por Ludmila Primo

Amei esse texto, revoltante, essa cultura do camarote ainda permeia em nós quando queremos participar de grupos sociais, mas quando ela se torna um aval pra vomitar preconceitos, precisamos rever as coisas, entender de onde vem os fenômenos das massas também, algo que a elite costuma ignorar de pesquisar, entender. Imagina só ouvir Duquesa, Ebony, Léo Santana? Que sonho!

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Sim!! Duquesa maravilhosa! vai ser um super festival!

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jul 31Gostado por Ludmila Primo

1. "Com o tempo, percebi que quem me acompanhava nesse tipo de pensamento eram pessoas muito distantes de mim quanto à raça, classe e gênero. Homens brancos e ricos colocando na cabeça de uma adolescente não-branca, classe média baixa e nordestina o que ela deveria ler e ouvir para tentar fazer parte daquele seleto grupinho e se afastar do popular".

Foi no ponto, Ludmila!

2. O Rei do Camarote, sempre um personagem emblemático hahaha

3. Também já fui em um show dos Paralamas, e é algo fantástico! Confesso que quando se trata do rock brasileiro, o auge das bandas dos anos 80 me cega para qualquer coisa do atual cenário. Então sou aquela que sempre diz que o melhor rock foi o produzido nos anos 80/90. Mas aqui e acolá, mais acolá do que aqui, me permito escutar um artista atual do gênero.

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Paralamas é bom demais, né?

Um beijo, Anny, sua presença aqui é sempre uma alegria.

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é o fim da picada a branquitude querendo definir o que deve entrar ou não no afropunk.

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Não é, menino? Mas estamos atentos!

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ago 1Gostado por Ludmila Primo

Fui no Google durante a leitura pra saber quem era Tim Bernardes, e o gancho com o Léo Santana me rendeu a primeira boa risada do dia! Texto maravilhosooo

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Hahahaha comparação injustíssima.

Coitado de Tim.

Um beijo!

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ago 1Gostado por Ludmila Primo

Adorei o “cultura de camarote”. É bem isso mesmo, em todos os lugares, com todos os assuntos.

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Sim, é algo que está presente em todos os lugares, muitas vezes de forma sútil.

Obrigada pela leitura.

Um beijo!

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Excelente analise! 👏👏👏 Ultimamente tenho notado que parece que a prioridade em vários quesitos da sociedade tem sido muito mais sobre ser “exclusivo” do que “bom”, ou “alta qualidade”. Só de ser inacessível pra maioria parece que já é suficiente pra ser “chique”. Dá pra pensar isso em termos de moradia (casas de condomínio com cara de clínica de estética, sem nenhum pensamento sobre conforto ou sustentabilidade), roupas (coisas “de grife” na casa do sei lá quantos mil, mas feitos dos mesmos poliester das de cinquenta), carros, restaurantes e assim vai. Não precisa nem ser esteticamente harmonioso mais. Sendo caro e ostentação, tá “chique”.

Enquanto isso vamos perdendo senso estético, senso de funcionalidade, criando coisas cada vez menos duráveis… Mesmo dentro do que é visto como “exclusivo”.

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Exatamente isso. Uma cafonice das maiores e não restrita às bolhas heterotop.

Obrigada pela leitura, Jess.

Um beijo.

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eu acho que a tua foi uma das primeiras news que assinei aqui. sempre gostei do “temos uma publicação?”. já aprendi várias coisas contigo. silvano sales por exemplo, eu não conhecia (mesmo morando na bahia há algum tempo). fui ali ouvir. esse texto aqui, especificamente, foi tema de uma boa conversa com meu namorado e a filha dele, ambos baianos, que me fez entender mais um pouco sobre dinâmica social/racial da cidade de Salvador (coisa que pra mim é surpreendente e acho que não vou entender completamente nem em mil anos). enfim: valeu, Lud! conte com minha presença seeeempre

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Que legal, Ale, tem recíproca, viu?

Menina, Salvador é muito única, somos a cidade mais preta fora do continente africano (acho que é esse o dado ou algo próximo). Essa característica nos distingue em cultura, linguagem, comércio...tudo! Estava um dia conversando com uma amiga sobre as atitudes das mulheres baianas, que geralmente são mais assertivas, se posicionam de forma mais incisiva em relação aos homens e que isso é cultural, uma herança das mulheres escravizadas ou libertas, que tinham que se sustentar, sustentar a família e para isso saiam para trabalhar com seus tabuleiros. As baianas de acarajé sempre foram mulheres que trabalharam para não depender financeiramente de homem (até porque não tinha essa possibilidade).

Enfim, vamos marcar uma cerveja para conversar mais. A Bahia é um mundo.

Um beijo, Ale.

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as baianas são MARAVILHOSAS, eu saio na rua embasbacada! bora marcar um café (não tô da cerveja atualmente, dsclp rs)

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set 6Gostado por Ludmila Primo

Dando um pitaco talvez não muito relacionado: Concordo sim com a crítica ao elitismo cultural. Mas, por outro lado, penso que não podemos blindar manifestações artísticas de críticas, aquela coisa de "é proibido falar mal"... No fim tudo é gosto pessoal, mas acho saudável desenvolver o pensar sobre o porquê do gostar ou não gostar das coisas.

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Sim. Verdade. Gosto pessoal é construção social também. Sempre bom analisar isso. Não é que depois disso vamos passar a amar o que antes não gostávamos, mas que fazendo essa autocrítica revisitamos alguns posicionamentos e opiniões sobre arte e artistas.

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Eu sempre reflito sobre isso e digo mais: tem coisa que eu gosto e acho ruim kkkkkk

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